quarta-feira, 26 de maio de 2010

1- "Aquele vestido é bonito."
O bonito não possui sujeito definido então caracteriza-se como percepção do Belo dentro de um senso comum.

2- "O Pão de Açúcar é um belo cartão postal do Rio de Janeiro.”
Teoria do belo tratando-se, neste caso, do belo da natureza.

3- "O último pôr-do-sol que passei ao seu lado, naquele dia de verão, sentindo o calor e o perfume da brisa vinda do mar, foi sublime."
Teoria do gosto, pois se trata de experiências particulares.

4- "Seu jeito de se vestir é de muito bom gosto."
Teoria do gosto e teoria do belo. Parti-se de conceitos geral sobre padrões definidos por influencias sociais, para construir uma opinião particular.

5- "Up-altas Aventuras" é um filme emocionante e arrebatador e me proporcionou uma experiência de catarse."
Teoria do gosto pela concepção particular diante da obra cinematográfica.

6- "O beijo" de Rodin, é uma verdadeira obra-prima."
Teoria da arte pelas definições artísticas da obra e teoria do belo pela experiência em comum de contemplação.

7- "O trabalho de engenharia no construção das coleções da Yamamoto gera obras complexas!"
Teoria da arte, pelas características artísticas do objeto, e teoria do gosto pela opinião particular expressada.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Chanel 2.55 do Ponto de Vista Aristotélico e Platônico



A Chanel 2.55 (possui este nome, pois foi criada em fevereiro de 1955) é uma clássica e cobiçada baby bag, sonho de consumo de muitas mulheres. O seu matelassado e sua alça de corrente trazem a tona o seu charme indiscutível.

Aristóteles diria que sua beleza está principalmente no emocional,apesar de seus poucos centímetros, não é qualquer um que tem o prazer de desfilar por ai com um dos ícones da carreira da digamos mais revolucionária estilista do mundo da moda. Comparada a outras bolsas, a Chanel 2.55 carrega uma história que está além do funcional, alcançando o alto grau da elegância palavra-chave do vocabulário “Chanel”.

Platão observaria a beleza desta bolsa através da arte, pois o trabalho minucioso de construção da peça também é responsável pela atribuição de tanto poder e glamour. Sendo um filósofo racionalista é importante ressaltar a relação da forma e da função da peça que agrega valores belos, imutáveis, eternos e bons como tal necessita, segundo ele. A questão parte da qual a peça não é apenas durável materialmente, mas em questão de design e valor histórico também.

Cremos, portanto que a Chanel 2.55 não deixa a desejar em nenhum aspecto para ambos os filósofos e para todas nós que a admiramos, porém, não é só o alto valor monetário (aproximadamente 3 mil euros) que a distância de nossa realidade, esta bolsa não é encontrada em qualquer lugar a qualquer momento, também cabe a ela o limite da raridade e estranho seria se assim não fosse. Continuemos então alimentando o nosso desejo ao olhar a foto e ao imaginar talvez ela, um dia aqui em nossos braços.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Resumo do Texto de Ariano Suassuna sobre Iniciação à Estética

A Estética como Filosofia do Belo

- No período clássico a estética era considerada como “Filosofia do Belo” e era tido como propriedade do objeto.
- Há duas concepções de belo o da natureza e o da arte. Na filosofia tradicional havia uma superioridade do belo da natureza em relação ao belo da arte.
- Somente a partir do idealismo germânico o belo da arte passou a ser mais considerado que o belo da natureza.
- Foi Hegel quem formulou a idéia de que A estética deve ser fundamentalmente uma filosofia da arte.


A Estética como Ciência do Estético

- Surge o questionamento: Como a filosofia do belo pode compreender categorias como o cômico, por exemplo?
- segundo os pós-kantianos a Estética deveria ser considerada uma ciência e não uma filosofia.
- O Estético seria então usado para denominar todo o campo e o belo passaria a ser então somente uma categoria do Estético chamado de clássico enfim.


Inconveniência Tautológica do Estético

- Segundo este pensamento os Teóricos pós-kantianos trouxeram grandes contribuições ao estudo da Estética, onde artes como as pré-clássicas e pós-clássicas puderam ser legitimadas no campo Estético.
- Kainz ao se deparar com o critério pós-kantiano chegou à conclusão de que definir a Estética como ciência de si mesma e como não dizer nada sobre ela.


A Estética como Filosofia da Beleza

- As artes baseadas no feio e no mal, representam uma grande conquista para o entendimento da arte e da beleza.
- Na natureza a beleza encontra-se como ao acaso, diferente da Arte onde ela é procurada e alcançada motivo pelo qual ela deve estar bem ao centro da Estética.
- Contudo, definimos a Estética como filosofia da beleza, onde a concepção de beleza não está somente relacionada ao que é claramente belo, ela abrange diversos tipos de expressões, como o estético dos pós-kantianos. É possível limitá-la e senti-la na natureza seguindo um caminho realista, objetivo e transcendental.


O campo da Estética

- De acordo com o seu natural, a Estética é então como uma reformulação de toda a filosofia em relação à beleza e à arte.
- Por isso na Estética estudamos, dentre outros assuntos, as relações entre a arte, o conhecimento e a natureza.


A Opção ante o Irracionalismo

- O verdadeiro racional não define friamente restringe um mundo em pequenas fórmulas. A Estética é exatamente o contrário do que é o conhecimento frio.
- Claro ou confuso todo artista possui sua própria concepção de estética, que deve ser considerada.
Estética Objetiva e Estética Subjetiva
- Para Platão a beleza de algum objeto depende de uma ligação entre ele e uma beleza absoluta. Para Aristóteles, a beleza do objeto dependia da harmonia entre suas partes. Mas para nenhum dos dois ocorria que a beleza não é uma propriedade do objeto, ela depende sim de uma construção do espírito de quem está diante o objeto, contemplando-o.
- Segundo Kant, além da inteligência e da vontade existe o juízo do gosto no qual há a sensação de prazer, onde se discerne se algo é belo ou não.
- A grande contribuição de Kant com a Estética foi relacionar a beleza com a sensibilidade.
- Porém, a concepção de Kant influenciou a Estética contemporânea onde os modernos se confundem em relação ao direito de poder afirmar ou negar posicionamentos, pois o que domina é construção particular.
- Depois de Kant, com algumas exceções, A Estética tomou o seguinte panorama: Ou os estetas afirmam que a beleza é algo construído no espírito do sujeito, ou é proposta uma solução em meio-termo de compromisso objetivista e subjetivista.
- Já que a Beleza é uma propriedade do objeto, é neles que desenvolvem o amplo campo estético que deve ser estudada e pressentida a essência Beleza.


Estética Filosófica ou Estética Cientifica

- Estética Filosófica: consiste em decidir-se ela pelo caminho lógico- filosófico - Estética Cientifica: consiste em decidir-se ela pelo caminho cientifico- experimental.
- Estetas, fundamentados num conceito excessivamente estreito e severo, passaram a olhar com desconfiança a Filosofia inteira. - Após cortarem as ligações da estética com a Filosofia, apareceu o problema de encontrar princípios axiológicos. - Os psicólogos afirmaram que os princípios axiológicos seriam fornecidos pela Psicologia. Mas os sociólogos apareceram para falar que a Sociologia que deveria fornecer os princípios, pois a experiência coletiva era mais importante do que a individual. - “Mesmo que não deseje, a Estética é filosófica.” Foi então que os estetas contemporâneos começaram a voltar a reconhecer a necessidade de religar a Estética com a Filosofia. - A Estética chamada lógica aparece como um meio-termo. A lógica passa a ser um elemento de ligação entre a Estética filosófica e cientifica. - A filosófica e a cientifica acreditam que é “possível o conhecimento do campo da Estética, a Estética é útil e não constitui nenhuma ofensa, nenhuma ameaça ‘a Arte e ‘a Beleza. Diferem somente no tocante ‘a escolha dos meios a empregar em seu estudo, ao modo de proceder-se ‘a investigação estética”.
- Hoje, as escolas estéticas são consideradas métodos (método psicológico, o sociológico, o histórico, o psicananalítico, o indutivo, e fenomenológico, etc..) que trabalham em conjunto e lado a lado, e se ajudam no sentido de compreender o mais possível o complexo campo da Estética.
- A Estética filosófica só pode aceitar a solução proposta para o acordo se ela própria for considerada uma espécie de “método superior”.


As Essências. A Estética e a Arte

- A Estética não se confunde com a crítica da Arte. - A Estética é uma atividade reflexiva sobre o todo da Beleza da Arte, e não sobre o particular e real. - Aquele considerado o verdadeiro esteta olha com respeito e afeição para as obras e depoimentos dos artistas e escritores. - A grande contribuição de Aristóteles para a Estética foi, primeiro, a de retirar a Beleza. Segundo, o acordo que deixou sobre a Tragédia. Ele se referiu à Comédia, Arte do Feio, como fazendo parte do tempo Estético.


Aspecto Subjetivo da Beleza:

- Aristóteles estuda a Beleza nas repercussões que ela desencadeia no espírito do contemplador. - Chegou-se a conclusão de que o prazer estético decorre da simples apreensão, gratuita e sem esforço, do objeto, pelo espírito do sujeito. - O verdadeiro realismo não esquece a natureza transcendental da Beleza e o caráter inesgotável e profundo do real. - Aristóteles buscou encarar a Beleza em todas as suas relações ao mesmo tempo. Já Platão e os platônicos, viram na beleza das coisas corpóreas a aparição da Beleza divina.
- Para Platão, a “Arte teria de se aproximar de seus arquétipos no mundo das idéias, pois o mundo sensível não passaria, em ultima analise, de mera sombra do primeiro”.


Pontos Fundamentais do Pensamento Aristotélico:

- As três características principais da Beleza são a harmonia, grandeza e proporção. - A Arte é um depoimento do mundo, comprimido numa outra realidade, transfigurada.

Idéias e Formas na História do Design: uma investigação estética

A estética foi primeiramente utilizada na história no século XVIII onde Baumgarten se fundamentou em um modelo criado por Leibniz para estudar a natureza espiritual do homem, onde há três diferentes níveis: razão (lógica), vontade (ética) e sentimento (estética).
A palavra estética vem do grego “aisthésis”, percepção e sensação, e atualmente recebeu a definição de “ciência do belo”.

A estética, enquanto nome de uma ciência tem três interpretações básicas:
1. Estético é tudo aquilo que se pode compreender sensorialmente por meio dos sentidos. Em outras palavras, é a percepção da realidade que não se contrai pelo conhecimento noético (espiritual).
2. Estética é a ciência que estuda o belo, o que é agradável, sublime. Assim sendo, o estético é o belo.
3. Estética é a ciência que estuda a arte. Estético = artístico.
As teorias acerca da estética podem mudar de acordo com os métodos: Comparativos, quantitativos, qualitativos, ou pela relação entre o aforístico e o sistemático. O processo estético pode ser tematizado através de muitas teorias, as principais são: Ontologia, Teoria, Processo e Psicologia. A estética é uma ciência constituída por diversas teorias, muitas vezes com conflitos entre si, o que faz do conceito de belo algo extremamente relativo.

Ontologia é conhecimento do ser. Na estética a ontologia se ocupa da origem, causa e natureza do belo = O que é o belo.
Assim, como Pitágoras, que "identificou a origem do belo nas leis objetivas da natureza, que se expressam nas estruturas e formas da matéria", podemos também observar o belo no mundo da moda. Nele, há a necessidade de materialização do conceito de beleza, segundo a estética social, a moda observa o comportamento e o cotidiano, traduzindo para o vestuário os desejos do público alvo.

O belo interpretado por Platão, Aristóteles e Plotino:
- Platão se preocupa com a idéia do belo. Para ele, o belo é o bem, a verdade, a perfeição.
-Ao contrário de Platão, Aristóteles, não se incomoda com a idéia do belo. Aristóteles se preocupa com assuntos relativos à técnica artística, pois, para ele, a beleza se fundamenta na proporção das partes.
Ambos Platão e Aristóteles concordam com a objetividade do belo (ideal ou real).
- Já Plotino acredita que a natureza do belo é explicada pela experiência subjetiva. Aqui o belo depende da interpretação individual, ou seja, subjetiva.
- Na estética de Platão pode-se diferenciar três momentos: Uma de tese de natureza emocional, onde existe o entusiasmo com a natureza, o segundo momento se concretiza a partir da antítese racional, onde há a crítica da arte como mimese. Por último, o terceiro momento há uma síntese normativa, ou seja, uma estética feita de ordens.
- O tema da estética de Platão é o estudo das idéias sobre o belo. O conceito de “idéia” de Platão se deriva de Sócrates.
- O tema da estética de Aristóteles é o estudo da arte.

A Teoria do Conhecimento = processo do conhecimento da realidade.

Empirismo = Princípio que se baseia na observação, medição e experimento de casos concretos como a principal fonte de conhecimento.

Através do empirismo, o bom senso do gosto (belo) se dá por meio da percepção e observação sensoriais.

Para Kant existem dois níveis diferentes quando se trata do relacionamento entre sujeito e objeto:
- Relação entre o conteúdo do objeto e a compreensão do sujeito, podendo existir a satisfação com o útil e com o bem.
- Relação entre a forma do objeto e o gosto do sujeito. O belo não é o bem (universal) e o útil (individual).

Juízo estético = quando se dá valor a um objeto em padrões de beleza.

Kant  O belo passa a existir para o sujeito, deixando de existir como algo em si. Ele crê que qualquer pessoa é capaz de estabelecer juízos estéticos e de julgar objetos como belos.

Processo estético = criação e observação.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

TEORIA ARISTOTÉLICA DA BELEZA

Aristóteles abandona completamente o idealismo platônico no que se refere a beleza, pois para ele a beleza de um objeto não depende de uma participação maior ou menor numa beleza suprema. Decorre apenas de certa harmonia, entre as partes do objeto e sua relação com o todo. O belo exigiria ainda, uma característica importante que seria a grandeza ou imponência, e ao mesmo tempo proporção e medida nesse todo. Os gregos identificavam a beleza com o belo clássico, mas Aristóteles parece ter pressentido que ela apreendia outras categorias além do belo.

As características essenciais da beleza seriam a ordem, ou harmonia, assim como a grandeza. Aristóteles se preocupa com as medidas e suas proporções. A célebre fórmula dos aristotélicos seria que a beleza consiste em unidade na variedade.

Para Aristóteles o mundo após o caos, passou a ser regido por uma harmonia. Uma luta entre a harmonia desejada os destroços do caos ainda aqui existentes é fundamental em seus pensamentos.

Aristóteles inclui o Feio no campo estético, sendo de fato não mais o objeto que ele estuda, e sim a repercussão no espírito do contemplador. Isto é, a beleza como objeto que agrada ao contemplador como simples fruído.

Na “Retórica” Aristóteles avalia a fruição da obra de arte e as características da beleza de acordo com o ponto de vista do sujeito. Chegando a conclusão que o prazer decorre da gratuita apreensão e sem esforço, pelo espírito do sujeito.

Aristóteles toma a imitação como representação superior do sensível e não como reprodução imperfeita do absoluto, como fazia Platão.

TEORIA PLATÔNICA DA BELEZA

Vamos encontrar em Platão as primeiras indicações a respeito da Beleza. Para Platão diante da visão do mundo e do homem, a beleza de um ser estaria em sua maior ou menos comunicação com uma Beleza absoluta, que subsiste no mundo puro e eterno das idéias supra-sensível.

Platão também acredita que a alma é atraída pela Beleza, pois sua pátria natural é o mundo das essências; e estando exilada neste mundo, sente falta do outro. Existiriam então almas mais aptas a recordarem a beleza e a verdade do outro mundo. Explicando então que o homem não encontra a verdade através do conhecimento, e nem a beleza através da arte, pois foram estas contempladas antes que a alma se unisse ao corpo.

Os discursos platônicos que mais se referem a Beleza são “O Banquete” e o “Fedro”. O homem que deseja contemplar e unir-se a Beleza começa por essa forma primitiva de amor. Passa a amor não simplesmente os corpos, mas a beleza existente neles. Ele contemplará a beleza que existe nos costumes e nas leis morais, notando que ela está relacionada com todas as coisas, e considerando então a beleza corpórea de pouca estima. Por toda essa disciplina amorosa poderá ocorrer ainda aqui na terra o estágio final, o Amante em êxtase. Verá algo não nasce nem morre, não aumenta e nem diminui. Assim, seguindo o caminho do amor primeiro físico e depois espiritual. O homem pode se elevar então da beleza sensível até a beleza absoluta. “A beleza é o brilho ou esplendor da verdade”. Parece lícito afirmar que para Platão a beleza causava antes de mais nada prazer e arrebatamento.

É a famosa teoria platônica da Reminiscência que iria informar todo o seu pensamento. A contemplação da beleza seria uma recordação de outro mundo. Para reflexo a beleza absoluta, as coisas corpóreas são meras “imitações” dos modelos ideais em comparação a pureza das essências.